quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Governo de SP apura homofobia em protesto de torcida do Palmeiras


O governo de São Paulo pode multar a torcida do Palmeiras Mancha Alviverde em até R$ 55 mil em razão da faixa “A Homofobia Veste Verde”. Ela foi mostrada durante um protesto em meio à possível contratação do jogador Richarlyson, do Atlético-MG. A faixa foi exibida por alguns torcedores no dia 4 de janeiro em ato em frente ao portão da Academia de Futebol do Palmeiras. A contratação não foi concretizada.
Quem investiga o fato é a Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania, que recebeu o relato de discriminação da Coordenadoria de Políticas para a Diversidade Sexual e instaurou um processo administrativo, de acordo com publicação no Diário Oficial do Estado de sábado (28).
Segundo a coordenadora, Heloísa Gama Alves, foram coletadas reportagens e imagens que ligam a torcida ao ato. Ela diz lamentar a forma escolhida para protestar. “Primeiro, fico triste como palmeirense. Em segundo, por ser um sinal de falta de informação e de falta de respeito em relação a todos os homossexuais”, afirma.
Apesar de a criminalização da homofobia ainda ser uma polêmica no país e de um projeto tramitar no Congresso, penalidades já são previstas no estado de São Paulo no âmbito administrativo pela lei nº 10.948, de 2001. O infrator pode ser advertido ou então receber multa de até R$ 55.320. No ano passado, 63 processos foram abertos baseados nesta lei.
Heloísa Gama Alves quer que as ações ultrapassem essa esfera e propõe que a Federação Paulista de Futebol aproveite o Campeonato Paulista para promover nos estádios uma campanha contra a homofobia.
Mancha
O presidente da Mancha Alviverde, conhecido como Marquinhos, afirma que não houve nenhuma participação da diretoria na iniciativa de levar ao protesto uma faixa homofóbica. Segundo ele, mais de 500 torcedores participaram do protesto contra alguns jogadores e diretoria do dia 4 de janeiro. "Não sei quem são os garotos. Ninguém se apresentou aqui para a gente como sendo autor da faixa", afirma.
Marquinhos diz também ser contra a homofobia. "Hoje, no mundo, não cabe mais nenhum tipo de preconceito."

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